Economia & Mercado
Publicado em 01/07/2024, às 20h22 Victória Valentina
Os ex-diretores da Americanas fizeram uma lista com 30 iniciativas para tentar lidar com a fraude na transição da nova gestão, conforme parecer do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro. Entre elas, estava a de lançar aos poucos baixas contábeis da fraude para diminuir o tamanho do desfalque a ser comunicado no fim do ano para os novos diretores.
Segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo, tudo aconteceu em agosto de 2022, quando os controladores da empresa anunciaram a troca do comando da varejista. Na época, Miguel Gutierrez, então CEO da Americanas, tinha a "preocupação de como lidar com a fraude bilionária que vinha sendo praticada há muitos anos".
Em uma das reuniões, o colaborador Marcelo Nunes - ex-funcionário que fez a delação premiada - alertou sobre as preocupações com a "impossibilidade de esconder a fraude do novo CEO". De acordo com o MPF, os ex-executivos Timotheo Barros e Fabio Abrate determinaram que Flávia Carneiro e Nunes fizessem uma apresentação com o rombo das fraudes.
A apresentação power point, chamada "Planilha Histórico Financeiro", mostrava a soma das Verba de Propaganda Cooperadas (VPC) falsas, os montantes adicionais do GMV (volume bruto de mercadoria), juros não declarados da dívida da empresa com os empréstimos a fornecedores, o saldo do risco sacado, os números fraudulentos nas operações de cartão de crédito e as antecipações financeiras de VPC.
Segundo as investigações, naquele ano, o rombo no primeiro semestre já atingia mais de R$ 20 bilhões, enquanto o custo financeiro da dívida atingiu R$ 1,443 bilhão.
Conforme as mensagens expostas pelo O Globo, Carlos Padilha sugere uma lista de "30 ideias" para "escamotear o rombo financeiro", nas palavras do MPF. Entre as estratégias estavam as de incrementar o saldo do estoque para depois efetuar baixa relevante de estoques por perda ou venda abaixo do custo original; baixar os ativos imobilizados e intangíveis com justificativa técnica de impairment; imputar perdas como resultado do ataque cibernético sofrido pela B2W; ou incrementar as provisões para perdas ou para contingências.
Ainda de acordo com o MPF, "todas essas estratégias teriam um objetivo, qual seja, criar artifícios para zerar contabilmente o rombo gerado pelas Cartas VPC falsas." A meta inicial era levantar R$ 15 bilhões em perdas contábeis falsas.
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