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Em época de alta dos insumos, subprodutos são boas alternativas para nutrição bovina, diz médico-veterinário

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Fatores como aumento dos preços das commodities fazem com que insumos nobres encareçam a engorda  |   Bnews - Divulgação Divulgação
Verônica Macedo

por Verônica Macedo

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Publicado em 26/06/2024, às 09h29 - Atualizado às 09h30



O uso de subprodutos na alimentação bovina é um assunto que deve voltar a ser avaliado pelos pecuaristas, visando reduzir os custos nos sistemas de engorda que, atualmente, utilizam matérias-primas mais nobres, como milho e soja.

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A avaliação é do médico-veterinário e gerente Comercial da Connan, Gabriel Pagno, ao considerar que esses insumos hoje concorrem com a nutrição humana, monogástricos e produção de etanol, o que faz com que sofram com o aumento do preço das commodities no mercado.

Pagno lembra que a origem dos sistemas intensivos de engorda teve início com o uso de subprodutos ou coprodutos, que migraram depois para o milho e a soja. A retomada da nutrição com os subprodutos, porém, deve levar em conta fatores como logística, umidade, tempo de armazenamento, composição nutricional, nível de inclusão na dieta e a dispensa de necessidade de processamento (moagem).

Dentre os subprodutos hoje considerados como alternativa estão o caroço de algodão, a soja e derivados (casquinha), DDGs (grãos secos de destilaria) e o resíduo úmido de cervejaria (cevada). “O caroço de algodão é conhecido como ‘coringa da nutrição animal’. Ele tem rendimento de até 55% de toda pluma após beneficiamento e proporciona aumento de energia da dieta sem alterar a fermentação ruminal, e também dos teores de fibra e proteína”, detalha.

Outra opção para alimentar o gado é a casquinha da soja, um subproduto obtido após o processo de extração do óleo vegetal, que pode substituir alimentos nobres como milho e sorgo. “A casquinha possui elevados teores de fibra de alta digestibilidade que geram benefícios à manutenção do PH ruminal, e tem em sua composição média 12% de proteína bruta”, explica o gerente.

Os DDGs (grãos secos de destilaria) são um farelo proteico obtido pós-fabricação do etanol que apresentam proteína bruta que varia de 26% a 30%. “Os aminoácidos chegam intactos ao duodeno e os DDGs aumentam a síntese de proteína bruta para o animal”, destaca o médico-veterinário.

Ele comenta que esse subproduto tem inclusão recomendada em até 45% da matéria seca das dietas, e como possui pouco amido na composição, pode ser usado em dietas densas de energia. “Esse é um insumo conhecido como um alimento completo, fornecendo proteína bruta e energia por meio do seu alto teor de nutrientes digestíveis totais”.

Por último, outro alimento a ser considerado é a cevada, produzido durante o processo de fermentação da cerveja, cuja massa possui também milho, arroz e outros cereais. É um nutriente que possui em torno de 30% de proteína bruta, com oferta o ano todo e alta palatabilidade para o gado.  

“Precisamos estudar eventuais substitutos em nossas rações e dietas, e olharmos para isso como uma grande oportunidade de baixar custos e até melhorar resultados, além da possibilidade de aumentar lucro. Outro ponto importante é que ambientalmente daremos um destino nobre a rejeitos industriais. O boi tem alta capacidade de adaptação a novos alimentos, e assim vamos sintetizar resíduos em proteína nobre para o mundo”, conclui o gerente comercial.

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