Política

Mauro Cid revela à PF que entregou dinheiro das joias a Bolsonaro fora do Brasil

Montagem / BNews
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Publicado em 20/06/2024, às 07h42   Cadastrado por Lucas Pacheco



O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro,  revelou à Polícia Federal que entregou parte do dinheiro da venda das joias, em espécie,  nas mãos do ex-presidente durante uma viagem oficial a Nova York, em setembro de 2022, e outra parte em Orlando, também nos Estados Unidos, já em 2023.

Nova York

Em setembro de 2022, Bolsonaro estava na cidade americana para participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, na qual o Brasil sempre faz o discurso de abertura.

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Segundo fontes da PF, em diversos depoimentos que deu nos últimos meses, inclusive no da última terça-feira (18), Cid contou que o dinheiro foi oriundo da venda de relógios de luxo recebidos por Bolsonaro de autoridades estrangeiras e vendidos por cerca de US$ 68 mil. E teria dito ainda que o dinheiro da venda foi depositado em uma conta do pai dele, o general da reserva Mauro Lourena Cid, que morava no país norte americano na época, valor que foi sacado posteriormente, entregue a Cid, que acompanhava Bolsonaro na viagem e repassado os dólares para o ex-presidente.

Cid disse ainda, segundo as mesmas fontes, que já no final do governo, o próprio ex-presidente teria pedido para vender alguns presentes que considerava de seu acervo pessoal e achava que poderia ser comercializado.

Orlando

Nos depoimentos, Cid também revelou à PF que o restante do valor da venda dos relógios teria sido entregue já em 2023 em Orlando, cidade americana para onde Bolsonaro viajou nos últimos dias de seu mandato.

Já este valor, foi sacado e entregue pelo pai de Cid, Lourena Cid, ao segundo-tenente Osmar Crivelatti, que também foi ajudante de ordens de Bolsonaro e continuou como assessor do ex-presidente após o término do governo.

Crivelatti, então, teria sido o responsável por repassar o dinheiro, também em espécie, a Bolsonaro em Orlando. O ex-presidente ficou nos Estados Unidos de 30 de dezembro de 2022 a 29 de março de 2023.

O que diz a defesa de Bolsonaro

O advogado e assessor de imprensa de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, disse à coluna de Igor Gadelha, do portal Metrópoles, que Jair Bolsonaro nega veementemente ter mandado vender ou recebido dinheiro da suposta venda de joias.

Ainda segundo Wajngarten, Mauro Cid foi pressionado a fechar o acordo de delação porque estava preso, impedido de receber familiares, e que precisa provar.  “Quem acusa tem que provar”, afirmou.

Ele sustentou ainda que Bolsonaro não tinha o costume de ter acesso aos presentes que recebia no exterior e relembrou os conjuntos de joias que entraram no Brasil por uma comitiva do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque.

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