Política

Machismo na Câmara? Vereadoras de Salvador reagem após fala polêmica de Átila do Congo e destacam preconceito

TV Câmara
Átila do Congo disse que não há machismo na casa; Debora Santana rebate  |   Bnews - Divulgação TV Câmara

Publicado em 19/06/2024, às 16h19 - Atualizado às 16h28   Carolina Papa e Thiago Teixeira



A sessão plenária na Câmara Municipal de Salvador (CMS), desta quarta-feira (19), ficou marcada por uma ‘guerra dos sexos’. Após a vereadora, Laina Crisóstomo (PSOL), do mandato coletivo Pretas por Salvador, chorar ao ser interrompida pelo vereador Paulo Magalhães Júnior (União Brasil), o vereador Átila do Congo (PMB) chamou a colega de vitimista.

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Na opinião do parlamentar, não existe “machismo” na Casa, como foi alegado por Laina, já que “todos os vereadores são respeitados”. Além disso, Átila - que é presidente do Partido da Mulher Brasileira em Salvador - destacou que na sociedade atual os homens estão sendo “demonizados” e que a postura de Laina “é um alerta para os homens abrirem os olhos”.

“Tudo é agressão. Se falar alguma coisa, ‘é isso e aquilo’, já somos julgados e sentenciados sem direito à ampla defesa do contraditório. [...] Todos aqui são respeitados. Todos os vereadores são respeitados. Então, vamos parar com esse vitimismo aqui, com esse esse argumento de machismo, que aqui não há machismo. O que tem que haver aqui é igualdade. Isso é um alerta para que nós, homens, comecemos a abrir os olhos. Porque eu estou vendo muitas cobranças, nos demonizando, enquanto isso estão encarcerando pais de famílias inocentes por motivo torpe e sem direito de defesa ao contraditório”, disparou Átila do Congo.

A fala gerou um descontentamento generalizado entre as vereadores que saíram em defesa de Laina, como foi o caso de Débora Santana (PDT). A vereadora pontuou que, enquanto mulher, “não poderia deixar de falar que está do lado da colega” e que há machismo dentro da Câmara de Vereadores de Salvador.

“Nessa casa somos sim vítimas [de machismo] porque não temos atendimento necessário. Não somos atendidas como deveria, e muitas secretarias são oprimidas [...]. Somos mulheres sim, somos mulheres guerreiras, precisamos estar nos espaços sim, e precisamos ser respeitadas, e cada mulher que for procurar a delegacia não é o trabalho nosso, é o trabalho da polícia, de saber do que está acontecendo. [...] Então, não vão calar a voz da mulher nem aqui e nem fora daqui, porque aqui tem mulheres guerreiras lutando por outras”, destacou a vereadora.

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