Polícia

PF investiga juiz que usava “picanha” e “churrasco” para venda de sentenças; saiba detalhes

Daniela Smania / TJSP
Operação Churrascada investiga juiz que utlizava códigos para venda de sentenças  |   Bnews - Divulgação Daniela Smania / TJSP

Publicado em 25/06/2024, às 08h22   Cadastrado por Marco Dias



A Polícia Federal (PF) deflagrou, na última quinta-feira (20), a Operação Churrascada, que combate um suposto esquema de venda de decisões judiciais e tem como principal alvo o desembargador Ivo de Almeida, de 66 anos, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). A informação é do portal Metrópoles. 

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De acordo com a PF, o suposto esquema de venda de sentenças se passava no gabinete do desembargador Ivo de Almeida, e os suspeitos utilizavam expressões como “churrasco”, “carne” e “picanha” como códigos para pagamentos de propina que teriam sido feitos ao magistrado por decisões judiciais favoráveis. 

As mensagens foram encontradas nos celulares dos investigados, entre eles o guarda municipal Wellington Pires, que já tinha sido alvo de uma operação em 2021, sobre supostos desvios de hospitais públicos, o advogado Luiz Pires Moraes Neto, e Valmi Lacerda Sampaio, morto em 2019, que era amigo do desembargador. 

A PF afirma que Valmi era quem anunciava as datas de “churrasco”, codinome usado para batizar plantões judiciários nos quais Ivo de Almeida despacharia, para que pedidos deles chegassem diretamente ao desembargador enquanto o relator natural dessas ações estivesse em folga. 

Em uma das mensagens, Valmi avisa a Wellington: “Vamos fazer mais um churrasco no dia 23/08”. Dias depois, Wellington diz: “Eu tô em São Roque e tem uma picanha aí para levar procê ver se vai assar ela no dia 23 ou não”. Valmi, então, pede pressa para mandar as “folhas” e “analisar rápido”. Wellington envia cópias de uma execução de pena de uma mulher condenada a 8 anos de prisão por furto mediante fraude de R$ 3 milhões.

O magistrado foi alvo de busca e apreensão por ordem do ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que também determinou o afastamento de Ivo de Almeida de suas funções por um ano. Um pedido de prisão foi negado, e a defesa do juiz aguarda acesso ao processo para “reestabelecer a verdade e a Justiça”. 

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