Política

Direto de Brasília: Presidente da FPA garante que CPI do Arroz terá assinaturas o suficiente para ser instaurada

Lara Curcino / BNews
Ao BNews, o deputado Pedro Lupion afirmou que o cancelamento do leilão não vai cessar questionamentos  |   Bnews - Divulgação Lara Curcino / BNews
Lara Curcino, direto de Brasília

por Lara Curcino, direto de Brasília

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Publicado em 18/06/2024, às 16h20 - Atualizado às 16h29



O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), afirmou nesta terça-feira (18) ao BNews que não tem dúvida de que a CPI do Arroz conseguirá as assinaturas necessárias [171, no mínimo] para que seja instaurada na Câmara.

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"[A decisão de instaurar a CPI] Cabe ao presidente da Câmara, Arthur Lira. E eu não tenho conhecimento de como está a fila dessas comissões. Mas quanto às assinaturas, não tenho dúvida [de que terá número suficiente]. Não é o simples cancelamento desse leilão que vai fazer com que os questionamentos cessem. Eu concordo que há a necessidade da CPI e incluisive assinei o documento para que ela seja instaurada", disse ele. 

O leilão em questão foi realizado em maio pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para a compra de arroz importado. A compra seria feita para garantir estoque e evitar a alta no preço do produto por causa das enchentes no Rio Grande do Sul, estado que é o maior produtor do grão no Brasil.

O certame, no entanto, foi anulado na última semana pelo governo, após suspeitas de que as empresas vencedoras do leilão não teriam condições de entregar o que foi acordado. 

O requerimento para a instauração da CPI começou a recolher assinaturas na semana passada. Deputados voltaram a buscar apoio ao documento nesta terça (18), após a participação na Comissão de Agricultura da Câmara do ex-secretário nacional de Política Agrícola Neri Geller.

Ele foi demitido após a anulação do certame e foi ao colegiado para prestar esclarecimentos sobre o caso. Na avaliação de Pedro Lupion, está claro que houve uma série de equívocos na realização do leilão, mas que a culpa recaiu exclusivamente sobre Geller.

Lupion ainda acusou o governo de usar a MP sobre a tragédia no RS para furar o teto de gastos com um leilão irregular, sem precisar dar mais justificativas.

"O secretário foi bem evasivo nas questões políticas. Óbvio que ele sai extremamente decepcionado com o governo. Ele apoiou bastante o governo e saiu como único culpado numa história que tem diversos atores. Desde a questão do arroz até a compra do milho já tinha nota técnica que não condiz com a realidade. A Conab justificando a compra depois da própria Conab dizer que não havia necessidade de fazer essa compra. Tem muita coisa errada. Dia 13 de junho o governo disse que não havia risco de desabastecimento e agora o próprio governo quer continuar com esse leilão? Qual é a necessidade? Acho que sei a resposta: a MP sobre a tragédia no Rio Grande do Sul justifica o furo do teto de gastos, que justifica, com essa medida, o uso de R$ 7,5 bilhões para comprar arroz sem ter que justificar esses gastos", acrescentou ele, em coletiva.

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