Como casais não-monogâmicos comemoram o dia dos namorados? Entenda

Amor livre, relacionamento aberto, trisal, poliamor: todas essas nomenclaturas estão inseridas no conceito da não-monogamia, que permite que um casal tenha outros parceiros românticos e sexuais, a depender dos combinados que fizerem. Neste 12 de Junho, o BNews procurou responder: como os casais não-monogâmicos comemoram o dia dos namorados?

Inscreva-se no canal do BNews no WhatsApp!

460 VAGAS

Governo Federal anuncia concursos para Ibama, ICMbio e JBJR

NEGOCIAÇÕES

Jerônimo dá prazo para resolver impasse da ponte Salvador-Itaparica e não descarta rompimento de contrato com chineses

Primeiro, é importante saber que não existe uma receita de bolo e cada pessoa encara de uma maneira. Para Antônio Carlos, de 43 anos, as coisas mudaram quando ele se identificou como não-monogâmico. Em relações tradicionais, ele chegou a comemorar a data, mas depois ela deixou de fazer sentido.

"A partir do momento que vi que a não-monogamia era muito familiar com a forma que eu pensava que era o ideal para levar as relações, de uma maneira mais leve e priorizando sempre o diálogo, eu já achava bobagem fazer algo específico na data. Na semana ou dias depois, tudo bem", explicou.

Apesar disso, ele não descarta a possibilidade de fazer algo caso um parceiro faça questão. "Por opção não faria nada especial, mas se estivesse com uma pessoa e isso fosse importante pra ela, faria".

Já Vitória Mota vive a data da mesma maneira que casais monogâmicos. Ela mostra um outro aspecto da não-monogamia, em que prioriza um de seus relacionamentos e comemora o Dia dos Namorados apenas com ele.

"Comemoramos a dois, pois nossa relação já avançou pro casamento. Depois, nos outros dias, saímos com as outras pessoas com quem nos relacionamos".

Ela ainda conta que o relacionamento com o marido já começou sendo poligâmico, e detalhou uma das vantagens de não ter exclusividade: "Como ficamos com pessoas específicas, um dos pontos positivos é a versatilidade, as características das pessoas. Posso escolher a pessoa pra cada fase da vida, isso torna tudo mais leve", completou. 

Marcelo Pereira, de 29 anos, vai na exata contramão dessa visão. Para ele, não tem como hierarquizar relações dentro da não-monogâmia, muito menos representá-la através de uma data como o Dia dos Namorados. 

"A noção tradicional de que uma relação principal tem prioridade sobre outras é completamente monogâmica. A não-monogamia é baseada em diálogo e respeito às pessoas. Uma data comemorativa para isso reduziria muito esse conceito, porque o próprio Dia dos Namorados está relacionado a exclusividade", opina. 

Outro fator importante a se entender sobre essa prática é que é possível existir traição dentro de uma relação não-monogâmica, afinal, ela não dá aval para qualquer tipo de envolvimento. Cada casal faz o seu trato, impõe suas condições, e isso precisa ser respeitado. 

"Todo interesse deve ser comunicado. Quando não, isso também já está acordado anteriormente. Cada casal molda sua relação da maneira que desejar, mas não-monogamia não significa sair 'pegando geral' sem que seu parceiro saiba ou concorde com isso", completou Marcelo.

Casais famosos que vivem a não-monogâmia 

Esse conceito está mais próximo do que se imagina. Um exemplo famoso disso é o do badaladíssimo casal Will e Jada Smith, que estão juntos há 27 anos. Eles já admitiram em várias ocasiões que têm um relacionamento aberto.

Em entrevista à GQ, Will afirmou que "a liberdade e o apoio incondicional que eles dão um ao outro são a expressão máxima de amor para manter o casamento". A filha deles, Willow Smith, também já revelou que é adepta das relações abertas.

Os atores Caio Blat e Luisa Arraes estão juntos há sete anos e moram no mesmo prédio, mas em apartamentos diferentes. Em entrevista ao jornal O Globo, Luisa afirmou que a posse não existe em seu relacionamento e que é natural que o outro tenha desejos. 

“Eu sou um cara muito reservado na minha intimidade. Mas acho que a monogamia traz muito do patriarcado. Tem uma coisa antiga, de posse. Os homens sempre apareceram traindo e saindo sozinhos, e as mulheres ficavam mais submissas”, afirmou Caio Blat ao extra.

Igor Rickli e Aline Wirley enxergaram o relacionamento aberto como algo natural desde que se conheceram, em 2010. Apesar disso, eles nunca se apegaram muito às datas comemorativas. “Nós não comemoramos nada, somos péssimos! Não comemoramos nem aniversário de casamento, raramente aniversários”, disse Igor em entrevista ao gshow. 

“A gente se ama muito e somos muito felizes na vida, mas temos umas convenções meio diferentes mesmo. Nós estamos sempre celebrando, mas estas datas específicas não são tão emblemáticas para nós, a gente procura a qualidade da relação no dia a dia”, explicou o ator.