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Maya Massafera faz desabafo sobre dificuldades durante a transição de gênero

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Maya Massafera contou detalhes sobre o processo de transição  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Instagram

Publicado em 20/06/2024, às 12h29   Cadastrado por Franciely Gomes



Maya Massafera abriu o coração e contou detalhes sobre seu processo de transição de gênero. Mulher trans, a influenciadora revelou que sua maior dificuldade é lidar com os hormônios femininos que são injetados em seu corpo. 

“Em toda minha transição, eu nunca imaginei que o mais difícil seriam os hormônios. Um médico me explicou que é a sensação de uma mulher grávida + TPM + menopausa. Tudo misturado vezes 1000. Tomo bloqueadores, injeções, comprimidos. Falamos muito e temos estudos sobre tantas coisas da medicina, mas sobre transição não é tão simples”, disse ela.

“Fui em médicos, tidos como 'os melhores' que não tinham conhecimento nenhum. Muitas vezes praticavam falas absurdas e transfóbicas, e eu com muita paciência, ainda ensinava a pessoa. Muitos falam que tenho que fazer 'tal coisa' senão vou ficar parecendo travesti. Meu amor, eu sou travesti, eu sou trans. Tá tudo bem eu parecer o que eu sou. Temos indígenas, negras, loiras. Temos diversos tipos de mulheres e eu sou uma delas. Sou trans. Tudo bem eu parecer trans”, explicou.

A apresentadora ainda relembrou outros casos de transfobia que sofreu. “Isso não me faz menos e nem mais mulher. 'Você não tem útero'. Oxi, quantas mulheres nascem sem útero?! Nem todas mulheres têm dez dedos, nem todas mulheres têm mão, nenhuma mulher é igual a outra! Somos todas únicas. Minha alma é de mulher! E Deus me fez assim para eu ensinar amor e respeito para muitas pessoas. Deus não é a favor do ódio, do câncer, da fome, da ruindade”, contou.

“'Mas Deus fez o homem e a mulher'. Meu amor, quem usa desse discurso, anos atrás diria que negros e indígenas não tinham alma. Antigamente, a discriminação e exclusão de negros e indígenas foi usada para justificar a escravidão. Ao questionar a identidade de uma mulher, jogamos ela na discriminação, na violência, na marginalização. Nossa luta diária de mulheres trans é uma extensão das lutas históricas contra racismo e colonização, entre muitas outras”, afirmou.

“Muitos se incomodam de eu não estar militando 24h por dia e estar postando looks caros. O que te incomoda? Eu ser uma mulher trans com esses looks caros e não estar no lugar de marginalização que você quer me colocar? Te incomoda uma mulher trans ter esses privilégios? Temos que cobrar dos nossos políticos! A dignidade e os direitos humanos não devem ser limitados por preconceitos. Ser mulher não é fácil, ser mulher trans é mais difícil ainda. Mas como é prazeroso”, concluiu. 

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