Política

Vereador ligado ao PCC confessa que recebia pix mensais de R$ 5 mil; saiba mais

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O vereador de Cubatão, Ricardo Queixão (PSD/SP), admitiu que recebia R$ 5 mil mensais de empresário ligado ao PCC  |   Bnews - Divulgação Reprodução / MP-SP

Publicado em 27/04/2024, às 13h31   Cadastrado por Davi Lemos


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O vereador e ex-presidente da Câmara Municipal de Cubatão, Ricardo Queixão (PSD/SP) admitiu nesta semana, em depoimento ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que recebia pagamentos mensais, via Pix, de R$ 5 mil de um empresário que possuía contratos com o Poder Legislativo municipal. O edil foi presos em 16 de abril na Operação Munditia, que apurou esquema de fraudes a licitações que favoreciam empresas ligadas ao PCC.

Em audiência realizada na terça-feira (23), Queixão que os valores recebidos por ele eram uma ajuda mensal enviada pelo empresário Vagner Borges Dias, foragido e apontado como principal nome do esquema criminoso. A quantia, segundo confessou, eram para realizar "trabalhos políticos".

"O Vagner, eu encontrei ele (sic), se não me engano, em 2020, atrás da Câmara. Ele me abordou e veio falar para mim que queria fazer um trabalho político em Cubatão. Peguei o contato e tudo e depois que passou, doutor, aí ele veio firmar comigo porque… é assim, a gente quando ganha eleição, doutor, a gente firma muito compromisso. E depois a gente não consegue cumprir. As pessoas ficam desempregadas e eu tive que ajudar essas pessoas", disse o vereador, na audiência.

Ele completou: "Aí o compromisso dele foi, para quando, lá na frente, ele precisar apoiar um deputado, eu apoiar ele. Pela força política que eu tinha em Cubatão, né. Aí todo mês ele me dava essa verba para mim poder (sic) ajudar as pessoas, para poder fazer o trabalho político em Cubatão, para apoiar um deputado".

Os valores transferidos por Pix não eram enviados para contas do vereador, mas para contas da mulher, da cunhada, de um sobrinho e de dois funcionários da Câmara. Segundo Queixão, assim ficaria mais fácil “ajudar” mais pessoas que o apoiavam: "Eles já retiravam para mim e entregavam para a pessoa poder fazer o trabalho político para mim. Muitas pessoas me apoiaram e eu não consegui empregar todo mundo. Infelizmente, a gente está ali como vereador, você quer ajudar as pessoas, quer alcançar um leque maior. Foi uma maneira que eu tentei, né, que eu comecei. E a gente conseguiu fazer isso, doutor, infelizmente". Ele chorou em trechos do depoimento.

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